13.6.09

A FAMÍLIA NASCIMENTO MORAES EM FESTA por Paulo de Tarso Moraes

“Por mais de cinquenta anos a figura de José Nascimento Moraes se fez presença efetiva e preponderante na vida literária e política do Maranhão. Durante mais de cinco decênios, sua vida correu paralela às ações transformadoras que se fizeram atuar em nosso meio, delas se fazendo testemunho e sobre elas deixando sua análise quase sempre contundente e muitas vezes apaixonada.

Pode-se dizer mesmo que Nascimento Moraes é, sob certos aspectos, a figura de jornalista mais importante das primeiras cinco décadas em nossa terra. Por não haver, contudo, se ausentado da província onde nasceu, não teve ele a ventura de se achar hoje no lugar que lhe é devido na história do jornalismo brasileiro, num período em que pelas transformações econômicas modeladoras de um novo conceito social de classes ou categorias, foi forjada a consciência crítica de nossos escritores. Uma consciência a que Nascimento Moraes ergueu a apologia moral de sua Neurose do Medo, fruto da revolta de um homem tocado pela injustiça e ferido na sua sensibilidade pelo cutelo dos arbítrios” (Nauro Machado)

“Nascimento Moraes Filho é fora de série. Numa terra de descrentes, ele consegue ser acreditado e respeitado. Impõe-se pela personalidade e conduta retilínea. Às críticas destrutivas responde com aquela diferença glacial, melhor forma de calar as mediocridades de toda a ordem. Aos elogios, quando construtivos, a sua resposta é uma atitude de condescendência e um esboço sorriso. A sua versatilidade é supreendente. Consegue ser ao mesmo tempo poeta, historiador e folclorista, com brilho e fecundidade criativa”. (Eldes Machado)

“Paulo Nascimento Moraes explica, como muitos poetas, a sua inspiração, que nasce dos esplendores da natureza, de gestos, da simples presença física de um desgraçado, e em si próprio. Não há qualquer margem para a constatação de lacunas em sua poética. Tudo que sensibiliza o autor, toca as vibrações palpitantes de seu coração, transmuta-se em poesia, plena de lirismo, sonhos e realismo. Ele diz ao leitor como elabora seus versos, fato por si só bastante suficiente para desfazer imputações falsas de críticos que não compreendem sua mensagem: ‘Meus versos/ tenho-os impressos e nítidos,/ na doçura de um riso de criança/ ou na expressão dolorosa de um cego/ sob um batismo de um sol-poente./ Tenho-os/ na expressão vigorosa do mar em fúria,/ se quebrando em ondas, se partindo nas pedras/ ou na corrida mansa das águas dos riachos,/ numa murmuração de prece“. (Carlos Cunha)

E agora? Agora… na família Nascimento Moraes… surge o Paulo de Tarso Moraes Júnior! Acabamos de presenciar a defesa de seu trabalho. Trabalho de conclusão do curso de jornalismo da Faculdade São Luís.

Ainda sem palavras… ainda pensando no meu avô, no meu tio, no meu pai… Diz o poeta que “passamos uma época da vida colecionando emoções e outra, colecionando saudades”. Este é um daqueles momentos raros e especiais da vida em que coleciono intensas emoções, que, certamente, nutrirão a memória e acalentarão o coração, naquele outro período, reservado às “saudades”.

E finalizando estas palavras(?!) que já se alongam, direi apenas uma coisa mais e que talvez diga tudo, parafraseando um poeta italiano:

Paulo Júnior…

Ingresse hoje na profissão do seu sonho como quem, na quietude de uma noite clara, sai para ver as estrelas…

2 comentários:

Wanda Cunha disse...

Paulo Jr, tu irás longe, garoto, diz Wanda Cunha. Bj grande.

Marileide Costa disse...

Que mergulho pelo oceano das palavras!!! E porque não dizer: belíssimas palavras! De fato, pode-se afirmar com grande precisão que o referido texto retrata de forma contundente, o grandioso Amor de um PAI por um filho...mas é sobretudo, o retrato da competência de um Jornalista que está sendo apresentado ao mercado de trabalho sob o olhar amoroso de um dedicado Pai. ..Parabéns! Estou Orgulhosa de ambos! Felicidades mil!