19.10.08

E O OSCAR VAI PARA... por Paulo de Tarso Jr.

Imagine o que seria de um jornalista se nada, eu disse absolutamente nada, acontecesse na sociedade? Certamente, ele teria que usar sua criatividade para, desculpe a redundância, criar notícias. Mas, felizmente, vivemos em mundo mutável. Em um ambiente pulsante. O dia de hoje não é idêntico ao de ontem e nunca será igual ao de amanhã. Mas, por que diabos, certos jornalistas ainda insistem em escrever matérias imaginárias? E o pior: como escrevem bem. Tão bem que acreditamos, cegamente, por algum tempo. Estes escritores ainda não aprenderam que o lugar de contar uma ficção qualquer não é na imprensa.


Talvez, se estes homens e mulheres que se intitulam “jornalistas”, adentrassem na esfera dos grandes roteiristas de Hollywood, eles conseguissem ser venerados pela sociedade. Sinceramente, estes contadores de histórias mereciam ser aplaudidos na noite do Oscar. E vou além: mereciam TODAS as estatuetas da Academia, pelos gênios incompreendidos que são. Apenas mereciam. Porém, vale lembrar, que não estamos falando de mega-produções hollywodianas, e sim, de Jornalismo.


Não defendo a tese de que Jornalismo se resume a leads vagos: quês, quandos, porquês, e outras besteiras já condicionadas. No entanto, isso não quer dizer, que a função do jornalista mudou. Ela continua a mesma: informar. Mas informar com qualidade. Com seriedade. Com responsabilidade. O jornalista não pode esquecer que ele tem poder na ponta de seu lápis, na sua voz e na sua imagem. Não é preciso inventar ou plagiar uma notícia para ser O JORNALISTA.


Se o papel do jornalista é noticiar um acontecimento o mais próximo possível da realidade, não entendo o que leva alguns profissionais a romperem com a maldita ética. A abandonarem seus lindos discursos de faculdade. Não entendo o motivo que os leva a venderem sua alma por um irrisório status de mediocridade. Não é assim que se faz Jornalismo. Não é assim.


Desta maneira, para que sejamos jornalistas de sucesso, devemos ignorar decisões que irão atrapalhar nossas noites sono. Temos que buscar a tal da verdade presente nos manuais de redação. É preciso dar sangue por cada informação. É isso que a maldita ética prega. Se seguirmos essa ética, com absoluta certeza, nós estaremos no palco do Teatro Kodak de Hollywood para receber o nosso prêmio: o “OSCAR DE MELHOR JORNALISTA”. Pense nisso!!!

2 comentários:

NÃO SE PODE FICAR CALADO !!! disse...

Olá Amigo.

Adentrei ao seu blog para, pelo menos, fazer constar um comentário nele. Somos colegas de Blog. Infelizmenete, os assuntos sérios não contam com o agrado da maioria das pessoas. Então, estamos destinados ao ostracismo.
A sua abordagem sobre o comportamento de jornalistas e imprensa é muito apropriado. Naturalmente que voce conhece o programa Observatório da Imprensa, que é mostrado toda terça-feira na TVE. Ali, o jornalista Alberto Dines coloca discussões a respeito dos procedimentos e comportamentos da própria imprensa, ou melhor, dos jornalistas e repórteres. Seria uma mea culpa e uma auto-análise (e também uma auto-crítica) da classe.
Mas, infelizmente, com o aparecimento do dinheiro, tudo mudou. A maioria das pessoas é movida por ele. Daí que as mentes ficam perturbadas, desnorteiam-se e descabam para os absurdos que diáriamente assistimos. Muitas das vezes o jornalista ou o repórter cobre o evento com precisão, desenvolvendo seu artigo dentro do que se espera, mas quando chega na edição a coisa muda de figura porque existe lá um responsável pela editoria do jornal, da revista e até da emissora (rádio ou televisão). E é dele a palavra final. Como sabemos, existe um item chamado mercado que tem que ser abastecido com notícias pesadas. E tem que dar audiência ou resultado de venda. E aí, a história é outra.

Anônimo disse...

Ah.. Texto antigo.. mas não poderia de deixar pelo menos os meus parabéns pelo blog e desejar que o "Vivendo e Escrevendo II - A Revolta" seja um sucesso...

Um abraço!